segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Insuficiência Renal Crônica

Insuficiência Renal Crônica(IRC) em Cães e Gatos

- Oque é?

A IRC é uma síndrome multifatorial caracterizada pela incapacidade dos rins exercerem sua função. Cães e gatos podem apresentar problemas renais, sendo necessário o diagnóstico precoce para se estabelecer o tratamento mais efeiciente.

- Quais os sintomas?

- Perda do apetite

- Emagrecimento

- Letargia

- Náuseas e vômitos

- Aumento da ingestão de líquido e frequência urinaria

- Fezes escuras

Como diagnosticar?

Cães e gatos com mais de 6 anos de idade ou com algum dos sinais clínicos apresentados anteriormente, devem realizar uma avaliação nefrológica preventiva.

Quais as possíveis causas?

Identificar a causa para IRC é difícil, tendo em vista ser uma afecção multifatorial e progressiva. Porém deve-se considerar:

◊ Medicamentos ou substâncias nefrotóxicas;

◊ Doenças transmitidas por carrapatos;

◊ Insuficiência Cardíaca;

◊ Cálculos e obstrução urinária;

◊ Doenças infecciosas e/ ou inflamatórias.

Quais são os exames necessários?

◊ Exame de urina

◊ Hemograma

◊ Pressão Arterial Sistêmica

◊ Exame Bioquimico

◊ Ultrassonografia e Raio-X

◊ Eletrólitos e pH sanguíneo

Meu bichinho é nefropata! E agora?!

Não é motivo para pânico! Com a evolução da medicina veterinária, existem protocolos terapêuticos apropriados para animais insuficiência renal crônica.

Seu animalzinho pode viver por bastante tempo, basta seguir as orientações do seu veterinário.

No que consiste o tratamento?

O principal objetivo do tratamento é corrigir ou minimizar os distúrbios hídroeltrolíticos, ácido-básico, endócrino e nutricional.

O tratamento pode ser subdividido em:

◊ Suporte hidroeletrolítico;

◊ Suporte Nutricional;

◊ Diálise Peritôneal;

◊ Hemodiálise.

Insuficiência Renal Aguda

Insuficiência Renal Aguda (IRA)

A Insuficiência Renal Aguda (IRA) pode ser definida como uma perda abrupta e sustentada da funcionalidade renal, resultando em azotemia. Comumente é causada por um evento isquêmico (ou seja, falta de suprimento sanguíneo) ou pela exposição a um agente nefrotóxico, embora vários outros fatores possam provocar IRA em cães e gatos.

É importante observar possíveis influências Pré-Renais (desidratação grave, por exemplo) ou Pós-Renais (obstrução urinária, por exemplo) para o diagnóstico e tratamento efetivo do animal portador de IRA. Diferente da Insuficiência Renal Crônica, os sinais na IRA tendem a ser mais graves para o nível de disfunção apresentados.

Comumente o animal apresenta IRA secundária a algumas doenças, destacando-se erliquiose, leishmaniose e leptospirose.

O tratamento é instituído de acordo com a causa e a gravidade dos sintomas, sendo necessário em algumas situações procedimento dialítico.

Infecção Urinária em Cães e Gatos

Infecção do Trato Urinário

A infecção urina é cada vez mais frequente na clínica de cães e gatos. A infecção pode predominar em um ou mais locais do aparelho urinário, como no rim (pielonefrite), ureter (uretrite), bexiga (cistite), ou pode ainda restringir-se à urina (bacteriúria). O ponto chave é saber que todo o aparelho urinário está em risco de invasão, tão logo qualquer área esteja infectada.

O trato urinário comunica-se constantemente com o meio externo repleto de bactérias, sendo o trato genital comumente colonizado por algumas colônias bacterianas (microflora). A microflora genitourinária inferior possui uma função protetora, inibindo a aderência de micróbios patogênicos à mucosa.

Algumas vezes ocorre a instalação de microorganismos patogênicos no aparelho urinário, tendo a infecção se instalado por vias:

- Ascendente, ou seja, consequência da migração ascendente das bactérias através do trato genital e uretra até a bexiga, ureteres, um ou ambos o rins. Esta via é a causa mais comum de ITU.

- Hematógena, ou seja, em decorrência de infecções sistêmica, embora este mecanismo não seja amplamente observado em cães e gatos.

Os animais acometidos por ITU podem apresentar ou não sintomas. Os sinais clínicos observados são variáveis, sendo dependentes de diversos fatores. Destacam-se alterações na micção e na coloração da urina.

O diagnóstico é confirmado a partir de ultrassonografia abdominal, exame de urina, urocultura.

O tratamento baseia-se na prevenção, erradicação da causa ou causas subjacentes e na administração de antibióticos (escolhido pela urocultura).

A recorrência dos sinais clínicos e/ ou laboratoriais da infecção do trato urinário, em seguida à interrupção do tratamento , é bastante comum, sendo importante diferenciar entre recidivas, reinfecção ou hiperinfecção.

Para maiores esclarecimentos entre em contato conosco.

Glomerulonefrite por Erliquiose

Glomerulonefrite por Erliquiose

Erliquiose é uma doença infecciosa que acomete cães, sendo de alta incidência no Brasil. É causa por um grupo de bactéria do gênero Erlichia sp. O principal vetor é o carrapato.

Depois de um período de incubação de 8 a 20 dias o cachorro infectado por Erlichia sp. começa a apresentar diversos sinais clínicos, entre eles inapetência, apatia, febre, palidez de mucosa, vômitos e diarreia. O diagnóstico presuntivo é baseado nos sinais clínicos somados a achados laboratoriais (anemia, alteração de leucócitos, trombocitopenia).

O animal infectado pela erliquiose produz uma resposta imunológica, produzindo imunocomplexos. Frequentemente ocorre a deposição desses imunocomplexos em alguns órgãos, afetando principalmente os rins. Como consequência o animal apresenta Insuficiência Renal Aguda por glomerulonefrite. Pode ocorrer vômitos, aumento do consumo de água e do volume urinário. Os achados clínicos acrescidos de elevação dos níveis de uréia e creatinina, além de intensa proteinúria (proteína na urina). Também pode ser observado o aumento no tamanho dos rins no diagnóstico por imagem (ultrassonografia, radiografia)

O tratamento é baseado em terapia antibiótica, imunossupressão e em alguns casos processo dialítico (hemodiálise ou diálise peritoneal).

Diálise Peritoneal em Cães e Gatos

Diálise Peritoneal

A diálise peritoneal é um processo de filtração sanguínea, onde são retirados o excesso de água e substâncias (uréia e creatinina) que não são aproveitadas pelo organismo e deveriam ter sido eliminadas pela urina.

Este procedimento dialítico é realizado através da colocação de um cateter específico no interior da cavidade abdominal, por onde se é infundido uma solução especial (dialisado). No abdomen existe o peritônio, uma membrana que reveste toda cavidade abdominal, rica em vasos sanguíneos. O sangue que circula na membrana peritoeneal, assim como em todo corpo, é rico em substâncias que deveriam ser eliminadas pelo sistema renal (urina).

Na diálise peritoneal o dialisado é infundido pelo cateter entrando em contato com a membrana peritoneal. Com isso as substâncias tóxicas ao organismo passarão, aos poucos, através da membrana dos vasos para a solução de diálise. Depois de um tempo pré-determinado este líquido é drenado do abdômen e outro ciclo é iniciado.

A duração do processo de diálise peritoneal é variável, sendo adequado a prescrição do médico veterinário.


Hemodiálise em Cães e Gatos

Hemodiálise em Cães e Gatos

Um dos tratamentos que mais causa pavor em pacientes humanos é a hemodiálise, vindo à mente a imagem de dependência das sessões para o resto da vida!

Na medicina, os humanos submetidos a sessões de hemodiálise, são tratados cronicamente, ou seja, eles são submetidos a três sessões semanais no intuito de não acumular “toxinas nitrogenadas” no organismo, evitando assim os sintomas. A realidade da medicina veterinária é um pouco diferente, os cães e gatos só realizam sessões de hemodiálise quando estão descompensados, ou seja, quando começam a apresentar sintomas.

Outro ponto importante é o número de sessões realizadas, o protocolo de três sessões semanais não se aplica em cães e gatos. Geralmente os animais realizam de 1 à 6 sessões, sendo uma média de 3 sessões para sair da crise. Feito isso, é realizado um controle clínico com dietas e algumas medicações.

Mas afinal de contas o que é hemodiálise e como ela é feita?

A hemodiálise é um dos maiores avanços médicos do último século. Consiste numa técnica de substituição renal, ou seja, os rins são os únicos órgãos nobres que podem ter sua funcionalidade feita por uma máquina.

Quando os rins se tornam insuficientes, “toxinas nitrogenadas” começam a se acumular no organismo do animal, fazendo com que ele “passe mal”. Num estado mais avançado ele começa a apresentar sinais clínicos, dito o meio técnico que ele está com Síndrome Urêmica. Os principais sintomas são náuseas, vômitos, fezes escuras, emagrecimento, aumento no consumo de líquido e do volume urinário.

Na medicina veterinária a hemodiálise é aplicada nesses pacientes que estão “passando mal”, sendo o sangue do cão ou do gato é retirado do corpo com auxílio do aparelho, e aos poucos vai sendo “filtrado” por um capilar (o rim artificial) e concomitantemente devolvido ao animal. Esse processo se dá porque toda vez que dois líquidos (sangue e dialisado, neste caso) com concentrações diferentes são separados por uma membrana semipermeável (ou seja, contenha poros), a tendência é que eles se equilibrem, fazendo com que a concentração das substâncias permaneça igual nos dois líquidos.

A hemodiálise é uma realidade na medicina veterinária e quando empregada no momento certo aumenta bastante a sobrevida e qualidade de vida de cães e gatos.